quarta-feira, 25 de fevereiro de 2009

História e Imaginação - as belezas da vida e da arte

Vez por outra penso numa frase de Charles Chaplin: “Estudei o homem, porque se assim não o fizesse, não conseguiria realizar nada em meu ofício”. Essa é uma das características comuns entre o professor/pesquisador e o cineasta. Compreender os caminhos da história e a trajetória humana é fundamental para se alcançar o sucesso e encontrar as belezas da vida. Daí para frente, que perdure a imaginação...

quinta-feira, 19 de fevereiro de 2009

Saber e Trabalho...

“Professor, não vou fazer essa tarefa porque eu não sei”. A fala de um aluno do 6º ano do Ensino Fundamental pode levar o professor a repensar sua prática, a olhar para seus alunos de maneira diferente, sobretudo numa época em que boa parte dos alunos da escola pública têm a escola como principal espaço de lazer e sociabilidade. A impressão que se tem é que os estudantes adoram a escola, “só não gostam de estudar”, como disse uma professora. Todavia é preciso evitar generalizações desse tipo, pois acredito que a maioria dos alunos gosta de estudar, embora algumas confusões passem pelas suas cabecinhas. É aí que entra o trabalho do educador: explicar, entre outras coisas, que a escola não é extensão da casa de ninguém; professor e professora não estão no lugar do pai e da mãe, como se dizia antigamente. A hipótese que eu defendo é a de que as autoridades escolares têm consciência disso, só não transmitem diretamente aos estudantes com receio de que esses passem a achar a escola uma chatice. Esse tipo de pensamento é um dos grandes obstáculos a ser enfrentados pelo conjunto dos educadores. Ora, se faz necessário clarear que a escola é um espaço de aprendizagem e de construção do saber, e, conforme Marilena Chauí (Cultura e democracia, 1993), “O saber é um trabalho” (p. 4). E, acrescenta a autora: “Só há saber quando a reflexão aceita o risco da indeterminação que a faz nascer, quando aceita o risco do não contar com garantias prévias e exteriores à própria experiência e à própria reflexão que a trabalha.” (p. 5). Assim, é importante explicar aos alunos que estudar é difícil mesmo! E que não há fórmulas mágicas para se aprender sem um árduo esforço cotidiano no sentido de enfrentar os desafios e superar as nossas limitações, sejam elas quais forem.

terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

A história estuda...

A história estuda o passado, é verdade. Mas não um passado morto e acabado. O conhecimento histórico, como em outras formas de conhecimento, está sempre se constituindo. Dizemos isto porque a história é feita por homens e mulheres, sejam eles adultos, jovens, crianças ou idosos vivendo em sociedade. A partir da vida em sociedade os seres humanos se transformam. E as transformações humanas formam o objeto privilegiado da história. De acordo com Vavy Pacheco Borges (2003) “quer saibamos ou não, quer aceitemos ou não, somos parte da história, e todos desempenhamos nela um papel. E temos então todos, desde que nascemos uma ação concreta a desempenhar nela” (Borges, 2003, p. 48). Portanto, se nem sempre temos consciência do nosso papel na história, nem sempre temos o controle do que fazemos. Isto ocorre, nos diz a autora, porque os seres humanos fazem história dentro das condições reais que encontram e nem sempre elas são favoráveis. Assim o conhecimento da história serve para fazer-nos entender as condições da nossa realidade.

segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Pensar historicamente...

O ataque terrorista de 11 de setembro de 2001, nos Estados Unidos, e o enforcamento de Sadam Hussem no final de 2006 são acontecimentos recentes e ao mesmo tempo históricos. Estes são apenas dois, mas certamente não nos faltaria exemplos a citar caso fosse necessário. Da mesma maneira o nosso passado está cheio de “grandes acontecimentos”, de “grandes personalidades”, de “grandes heróis” como “descobrimento do Brasil” por Pedro Álvares Cabral, “Dom Pedro I conquistou a Independência do nosso país” ou Bartolomeu Bueno da Silva, “fundador de Goiás” etc. etc., etc.. Contudo, será mesmo necessário presenciarmos catástrofes e barbaridades de todo tipo ou então nos espelharmos num passado exageradamente “glorioso”, como nos mostra a história oficial, para olharmos a história como um movimento vivo e dinâmico e nós mesmos como agentes históricos?

terça-feira, 3 de fevereiro de 2009

Sapientia

O professor tem poder ou autoridade? Quando a autoridade do professor passa a ser tida com autoritarismo? Quando o professor executa seu trabalho com transformação? Estava pensando nessas e outras questões e lembrei de um trecho do livro "Aula", Roland Barthes:
"Há uma idade em que se ensina o que se sabe; mas vem em seguida outra, em que se ensina o que não se sabe: isso se chama pesquisar. Vem talvez agora a idade de uma outra experiência, a de desaprender, de deixar trabalhar o remanejamento imprevisível que o esquecimento impõe à sedimentação dos saberes, das culturas, das crenças que atravessamos. Essa experiência tem, creio eu, um nome ilustre e fora de moda, que ousarei tomar aqui sem complexo, na própria encruzilhada de sua etimologia: Sapientia: nenhum poder, um pouco de sabedoria, e o máximo de sabor possível" (Aula, 1996, p. 47).