segunda-feira, 27 de abril de 2009

TAMANHO É DOCUMENTO?



“Tá pensando que tamanho é documento?” Essa frase era bastante repetida na época de minha adolescência. Penso que ela é bem mais antiga! Em todo caso isso gerava e ainda pode gerar boas discussões...
Dia desses fui ao zoológico e fiquei cerca de 50 minutos observando os hipopótamos. Pude ver o momento em que eles saíam para comer e o seu retorno à água. Enquanto estavam na água mergulhavam de mansinho e ficavam muito tempo submersos, depois boiavam para respirar. E assim, demonstravam toda tranqüilidade possível! Ao sair da água, saiam em fila em direção ao monte de folhas destinadas à sua alimentação. O “kilo” era feito na água – também preso, é como diz meu avô, “nem pra comer doce”, melhor era voltar para água.
O “cavalo do rio”, conforme batizaram os primeiros europeus que o avistaram é um animal herbívoro que em idade adulta atinge quatro metros de comprimentos e pesa cerca de 3.500 quilos; se prefere passar a maior parte do tempo que a natureza lhe reservou dentro d’água (expectativa de vida do hipopótamo é de 40 anos), é porque a água o deixa mais tranqüilo e seguro. Porém, quando está fora d’água a “docilidade” desaparece a ponto levar no peito tudo que estiver a sua frente.
Depois dessa breve observação, penso que a pergunta continua: tamanho é documento? De qualquer maneira, o zoológico é um lugar em que, mesmo estando presos, os bichos ensinam valiosas lições aos seres humanos!!!

quinta-feira, 23 de abril de 2009

TRABALHADORES DA ARTE...


Carlos Sagra – da redação do Opinião Socialista
• A peça Foices, Facões, Fuzis estará em cartaz no Tendal da Lapa de 14 de março a 26 de abril, aos sábados e domingos, às 19h. A peça de Maria Cecília Garcia foi apresentada no dia 28 de fevereiro na comemoração de aniversário da Ocupação Pinheirinho, em São José dos Campos (SP).O Tendal da Lapa fica na rua Constança, 72, próximo ao nº 1.100 da rua Guaicurus. A entrada é Franca, e a peça integra a Campanha “Pague Quanto Quiser”.A peça Foices, Facões, Fuzis fala da luta pela terra no Brasil. A peça tem uma hora de duração e transcorre em cenário único: a casa da agricultora Antonia e seus filhos, uma família que vive sob a constante ameaça por parte dos fazendeiros. Eles armam seus capangas até os dentes para defender a propriedade privada da terra, atirando naqueles que ousam desafia-los.A peça é inspirada na obra de Bertold Brecht, Os Fuzis da Senhora Carrar, peça que trata da luta contra o fascismo na Espanha. Quando escreveu Os Fuzis da Senhora Carrar, Bertold Brecht queria falar da luta dos povos em defesa da democracia contra o fascismo. Para isso, enfocou os dramas de uma mulher que perdeu o marido nas Brigadas de autodefesa contra o exército de Franco durante Guerra Civil Espanhola de 1936 e cujo filho está prestes a tomar o mesmo caminho.Foices, Facões, Fuzis, esta adaptação da peça de Brecht, trata da luta que ocorre no campo brasileiro pela posse da terra. Os dramas podem não ser os mesmos, mas são muito semelhantes. Bem como as opções, as escolhas e as dores que elas provocam em nós. Brecht queria falar de um ser humano inserido em um campo de forças bem definido: ou vai à luta e arrisca a vida, ou se cala. Mas não existe neutralidade: calar-se também pode significar a morte.Na luta pela reforma agrária também não há opção. É o que mostra os exemplos de Chico Mendes, Doroty Stang, o massacre em Eldorado dos Carajás. Quem se mantém calado, com os braços cruzados, arrisca-se a ter de suportar uma vida sofrida de sem terra.Com a peça Foices, Facões, Fuzis o grupo Trabalhadores da Arte quer proporcionar um momento de emoção ao espectador e, ao mesmo tempo, fazer uma reflexão artística sobre a importância da reforma agrária no Brasil, sobre as contradições em que se debatem os trabalhadores sem-terra entre ocupar terras para poder plantar e criar seus filhos com dignidade, ou viver à míngua, como nômades famintos por este país afora.Vive-se uma permanente guerra civil no campo brasileiro. De um lado, os trabalhadores sem terra, bóias-frias, camponeses pobres. De outro, grandes fazendeiros, latifundiários e empresas multinacionais, proprietários de imensas extensões de terra. Os dramas gerados por essa situação de extrema desigualdade na distribuição de terra, as dores e alegrias da vida dos trabalhadores do campo, a solidariedade, o amor familiar, os conflitos de consciência, tudo isso conforma a matéria-prima desta peça.Sobre o grupoO Grupo Trabalhadores da Arte surgiu a partir de um Grupo de Estudos de Brecht, coordenado pela professora Lucia Capuani, que se reuniu semanalmente no Teatro Ruth Escobar, em São Paulo, durante o ano de 2008. Também surgiu a partir do CAS (Coletivo de Artistas Socialistas), que congrega artistas de todas as áreas para debater o papel da arte na transformação do mundo. O grupo reúne artistas já experientes e outros recém-formados em cursos de artes cênicas, com o objetivo de mesclar experiências e expressar artisticamente as suas discussões estéticas.A grande preocupação do grupo é falar de nosso presente, de nosso aqui e agora, para um público ansioso por conhecer sua realidade não apenas pelos dados fornecidos pelos jornais e livros, pela ciência e pela política, mas também pelos canais por meio dos quais o homem, durante milênios, tem tentado compreender a vida: a arte.FICHA TÉCNICAO grupo Trabalhadores da Arte: Cléo Moraes, Natália Sanches, Denis Snoldo, Cristiano Nery, Eduardo Mancini, Bárbara Kanashiro, Marla O’Hara e Rozanna Lazzaro.Escrita e dirigida por Maria Cecília GarciaPreparação corporal: José Carlos FreyriaTrilha sonora: Ed LacostaCenários e figurinos: criados pelo próprio grupo.

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Um presente para o Brasil...

Hoje é aniversário do Brasil. Gostaria de presentear esse país da maneira como acredito que o povo merece. Mas, aí, veio a questão: será que posso fazer isso? Sinceramente não sei. Ah, então vamos refletir um pouco sobre o meio ambiente? Esse presente, você e eu podemos dar ao Brasil e ao mundo, concorda? Na primeira conferência da Organização das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente, realizada, no ano de 1972, em Estolcomo, na Suécia proclamou-se, conforme Guillermo Foladori (2001), em seu livro O limite do desenvolvimento sustentável, “o direito dos seres humanos a um meio ambiente saudável e o dever de protegê-lo e melhorá-lo para as gerações futuras.”





O que estas imagens nos dizem?


segunda-feira, 20 de abril de 2009

TIRADENTES

O homem e o mito. O mito e o homem. Qual deles foi mais "importante" para a História?

sexta-feira, 17 de abril de 2009

DIA DO ÍNDIO



Dezenove de abril, comemora-se no Brasil o dia do índio. Não quero, nesse momento, discorrer sobre a polêmica história do Brasil que sempre reservou ao índio um papel de coadjuvante, seja como selvagem, vilão ou romântico-coitadinho. Quero tão somente lembrar o importante papel do cacique Pancho Kaxinawá, que dedicou sua vida à organização dos povos indígenas do Alto Purus; pessoa a quem tive o privilégio de conhecer. Confesso que o meu primeiro contato com Pancho e sua família não foi nada confortável para mim, situação que o expriente cacique Kaxinawá rapidamente percebeu e sabiamente tentou contornar. O meu embaraço era visível e não menos compreensível em se tratando de um garoto de 15 anos, porém injustificável. Eu descia o rio Purus de passagem (carona) com Pancho, ia do seringal Itaúba à cidade de Sena madureira, no Acre. No batelão, Pancho trazia sua família nuclear e mais alguns parentes seus; pelo que pude perceber, de branco só havia eu. Por volta de onze horas da manhã um curumim entregou-me uma cuia com um mingal estranho... Pancho percebendo que eu estava receioso, brincou comigo: "o que foi, não tá com fome?" Eu não sabia o que dizer, nem como me comportar. Então perguntei: - é caiçuma? - não, respondeu ele, esse é um mingal de milho (falou o nome mas eu não recordo agora), a ciçuma é feita de mandioca, vai vim depois. Não tive escapatória, fechei os olhos e fui bebendo aos goles o tal mingal (e os meus preconceitos) enquanto Pancho falava das propriedades do milho...

Só depois de alguns anos vim a saber quem era aquele índio...

Panco kaxinawá não está mais entre os vivos, mas, sua luta continuará inspirando as novas gerações indígenas do Alto Purus. E por que não contribuindo com a educação dos "brancos"?