sexta-feira, 6 de março de 2009

Dia das "Mulheres..."

Pernas em exibição, transgredindo as convenções do século XIX; cabelos, tradicionalmente longos, apareciam cortados; saias curtas prenunciavam o abandono do corpete. Tudo isso, entre outros, eram sinais e reivindicações de liberdade sexual feminina no alvorecer do século XX (hoje o mercado da moda não aceita mais mulheres que mostrem apenas pernas e bustos...). Mais do que isso. Questões como essa estão inseridas num conjunto de transformações culturais e históricas ocidentais.
A história não se transforma de um dia para o outro, bem o sabemos, nem é a mesma em todos os lugares. Também não são os mesmos homens e mulheres nos diferentes espaços geográficos e sociais. Assim, as mulheres são diferenciadas não só de acordo com a cultura, mas também através de um fator, quase que “esquecido”, chamado classe social. Isto significa que embora a fisiologia seja a mesma, os gostos, interesses e lutas são diferentes. Pois, enquanto as mulheres das classes médias de países europeus, como a Inglaterra, ou dos Estados Unidos militavam ativamente em campanhas como a “suffragettes”, sufragistas, que reivindicavam dramaticamente o direito de voto feminino, as mulheres da classe operária tinham necessidades mais urgentes do que o direito de voto. Para elas, os ganhos obtidos à custa de duríssimas jornadas de trabaho não eram apenas complementação da renda do marido.
Podes-se dizer que isso é um legado da sociedade industrial, afinal as 129 mulheres que morreram carbonizadas no dia 8 de março de 1857 não eram esposas dos patrões, eram mulheres trabalhadoras da indústria têxtil que protestavam contra as péssimas condições de trabalho e minguados salários.
Conforme Eric Hobsbawm, em sua obra A era dos impérios (2001, p. 282), na política popular da sociedade pré-industrial, as mulheres já haviam deixado sua marca. Por exemplo: Foram mulheres de Paris que marcharam sobre Versalhes demonstrando ao rei que o povo exigia o controle dos preços dos alimentos. Essa foi uma das maneiras, entre tantas outras, que a mulher participou da importante Revolução Francesa.
Viva a luta das mulheres trabalhadoras!
Que elas vivam para que nós amemos e sejamos amados!

Curiosidades:
1905, a alemã Bertha Von Suttner foi Prêmio Nobel da Paz.
1908, pouco mais de cem anos de nós, foi o ano em que foi nomeada a primeira mulher professora universitária, na Alemanha.
1909 a sueca Selma Lagerlof ganhou o Prêmio Nobel de literatura.
Alguém lembra da primeira enfermeira do Brasil, Ana Nery? E as outras mulheres que contribuiram e contribuem com este país?

Um comentário:

  1. Há mulheres esquecidas. Esquecidas por seus companheiros, esquecidas por sua gente, esquecidas em seus direios. Contudo, é determinante que se compreenda o sentido do respeito às mulheres. O sentido do amor às mulheres, o sentido do ser companheiro.

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